terça-feira, 31 de março de 2009

A nova velha Pop Rock !


 


 

Foi o Eduardo Santos mesmo que me lembrou essa semana da frase que eu proferi quando saí da Ipanema FM e fui pra Felusp FM (pra quem não sabe ou não lembra, a Pop Rock antes de ter esse nome, era a Felusp FM) em 1992: "não sei onde eu tô indo, mas sei que tou no meu caminho. Enquanto você me critica eu tô no meu caminho" que é de uma música do Raul Seixas que foi gravada também pelo Barão Vermelho, chamada No fundo do quintal da escola. (Há uma referência a isso no meu livro Prezados Ouvintes – editora Artes e Ofícios).
A lembrança é pertinente porque estamos de novo prestes a começar uma nova fase da Pop Rock. A Pop + Rock! Essa nova programação que traz novas parcerias, também é uma volta às origens. Eu e o Eduardo trabalhamos juntos na Ipanema nos anos 80 onde ele surgiu como operador de áudio. No final da década, Edu foi estudar na Ulbra e acabou entrando na Felusp FM fazendo o College Radio. Em 92 quando fui convidado a assumir a direção da Felusp, o Edu teve papel importante na minha transferência, me convencendo a aceitar o convite, já que eu realmente estava em dúvida e só aceitei depois de algum tempo e do segundo convite da direção da Universidade. Depois de uns dois anos trabalhando juntos na Felusp, Eduardo voltou pra Ipanema onde ficou por muitos anos chegando a ser o diretor da rádio quando a Kátia Suman deixou o posto. Enquanto isso surgia e crescia a Pop Rock, a rádio da Ulbra. Passamos um bom tempo meio afastados e ultimamente voltamos a conversar bastante sobre as rádios, sobre o mercado publicitário e coisas relacionadas ao trabalho. Agora estamos juntos de novo nessa nova empreitada que é também uma volta ao passado, de certa forma, pois a Pop Rock vai resgatar alguns conceitos que fizeram parte da rádio e que nos últimos tempos andaram um pouco esquecidos por razões variadas mas quase todas elas relacionadas ao mercado, à concorrência entre as empresas e coisas do gênero. Essa semana recebi um email de uma ouvinte se dizendo perplexa com as trocas de profissionais entre as rádios, citando especificamente os casos do Fetter e do Edu Santos pois ambos fizeram algo parecido. O primeiro, no Cafezinho criticava seguidamente a rádio Atlântida, a direção da empresa e a RBS como um todo em palavras nominais e acabou sendo contratado com cargo de direção e ainda levou mais três locutores da Pop Rock numa tacada só. O Edu nos malhava na Ipanema dizendo que o Cafezinho era uma espécie de besteirol que estava na moda nas rádios e etc... a ouvinte não entende como essas pessoas falam desta forma e são contratadas. Não é fácil de entender mesmo. Lembro dos jogadores de futebol que beijam a camisa do time que ontem era adversário por uma boa quantia de dinheiro, muito mais do que a gente, reles radialistas poderíamos ganhar em alguns anos de trabalho. Maketing, estratégia, necessidades pessoais e profissionais, interesses empresariais, dinheiro, no fim das contas.... tudo faz parte do jogo. Claro que existem casos e casos. E no caso do Edu, eu sempre soube que era o discurso que ele fazia no momento pra defender a rádio Ipanema que sempre teve no ataque e na contestação o seu marketing de sobrevivência. No fundo as empresas são meio que iguais em quase tudo, querem resultado. E as pessoas também querem quase a mesma coisa, ganhar mais e trabalhar menos, em linhas gerais. A diferença, na minha opinião, é que tu possa te orgulhar do trabalho feito, deixar um legado positivo relacionado ao teu nome e manter uma coerência pessoal dentro dessa incoerente e tênue linha que separa o joio do trigo! Mas isso é o que eu acho... Então, de novo, estamos seguindo nosso caminho, a diferença é que agora sabemos um pouco mais para onde estamos indo...ou não!